Muito se fala sobre os altos custos do recrutamento de voluntários para participarem de estudos clínicos, que podem variar de 5% a 15% do orçamento do estudo dependendo da condição médica, critérios de elegibilidade entre outros fatores.
A composição destes custos também irá variar bastante de acordo com a estratégia adotada contudo, uma coisa é certa, o gasto com os voluntários que não foram recrutados será sempre maior do que os gastos com voluntários recrutados. Isto por causa do funil de recrutamento que são as “perdas” de voluntários durante todo o processo.
Um estudo da Forte realizado durante 15 anos apresenta que 69% dos pacientes não atenderão os critérios de pre-screening, 58% vão declinar da oportunidade de participar do estudo, 32% não atenderão aos critérios do screening e 18% dos pacientes irá se retirar do estudo antes do fechamento.
Jason Monteleone, consultor financeiro da área de pesquisa clínica, aplicou este funil em dados do mercado americano de 2013 e apresentou em seu post Patient Recruitment: Clinical Research’s “White Whale”? para demonstrar em números o que isso significa.
Em resumo, ele concluiu que em 2013 foram gastos nos Estados Unidos US$ 6.2 Bi para recrutar aproximadamente 1.150.000 voluntários e que deste total US$ 4.1 Bi foram gastos com 14.650.000 pacientes identificados, porém não recrutados, o que ele chamou de custos improdutivos.
É claro que estes valores não representam a realidade no Brasil, porém servem para demonstrar que existe uma enorme oportunidade de redução dos custos com recrutamento na melhoria do processo de identificação, pré-seleção e convite do paciente.
Para ilustrar o meu ponto vou utilizar alguns exemplos.
Uma das estratégias mais comum de recrutamento é a busca de pacientes que atendam aos critérios de elegibilidade em bases de dados de centros de pesquisa ou prontuários eletrônicos de hospitais. Os pacientes identificados são então contatados um a um, na maioria das vezes por telefone, para que seus dados sejam confirmados, novas informações sejam coletadas e se atenderem aos critérios de “pré-seleção” serem convidados a participar do estudo.
Este processo manual é lento e caro e se torna ainda pior já que muitas das ligações serão improdutivas pois os dados do banco de dados podem estar desatualizados, o paciente não é encontrado, o paciente não é elegível ou o paciente não quer participar do estudo.
Algo muito parecido ocorre nas estratégias onde os pacientes tomam conhecimento do estudo pela divulgação em meios de comunicação, incluindo internet e redes sociais e entram em contato com os centros. Na maioria das vezes o paciente deixará apenas os dados de contato e depois o responsável pelo recrutamento no centro repetirá o processo descrito acima.
Não é possível eliminar 100% destes custos improdutivos mas com o uso da tecnologia certamente pode-se reduzi-los e muito, automatizando o processo de contato e pré-seleção dos pacientes ou melhorando a identificação dos mesmos a partir do uso de inteligência artificial.
Por exemplo, em meu último post comentei sobre o uso da internet no recrutamento de voluntários que tem se mostrado bastante eficiente, mas que se for utilizada apenas como meio de divulgação dos estudos cairá no mesmo problema dos custos improdutivos.
A P3Life desenvolveu uma solução onde os pacientes que tomam conhecimento na internet de um estudo clínico de seu interesse, são levados até um chatbot que irá interagir com este paciente, esclarecer suas dúvidas, coletar os dados do paciente e se elegível for, convida-lo a participar do estudo, deixando para o recrutador a tarefa de agendar a consulta de screening.
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Esta mesma tecnologia pode ser aplicada em outras estratégias, sempre buscando a automatização e assertividade das etapas iniciais do processo de recrutamento.
Não resta dúvida então que as etapas iniciais do processo de recrutamento são excelentes oportunidades para redução de custos e o primeiro passo é identificar em suas estratégias de recrutamento onde estão estes custos improdutivos, a assim tomar as devidas ações para reduzi-los, tornando todo o processo mais eficiente.